20/04/2019
DR. RESPONDE - Nessa edição, Dr. Edmar fala sobre a reincidência das cardiopatias nas gerações familiares
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É alta a reincidência da cardiopatia congênita? Esse problema costuma se repetir em mais de uma geração da mesma família?
Incidência da cardiopatia na população geral
Recordando, estima-se a incidência da cardiopatia congênita entre 4 a 10 (0,4 a 1,0%) de cada 1000 recém-nascidos vivos, na dependência de vários fatores causais. São eles representados por alterações genéticas, infecciosas, os relacionados a doenças maternas, a medicamentos em uso na gestação e até a fatores emocionais, dentre os principais.
Incidência da cardiopatia em nova geração
Na resposta à pergunta formulada, a incidência de nova ocorrência na família já portadora de alguma Cardiopatia Congênita, em outros filhos, se torna um pouco maior que a descrita para a população geral, geralmente avaliada em cerca de 2%. Assim, ela cresce o dobro do que sucede com o primeiro descendente.
Incidência da cardiopatia em filhos de pais cardiopatas
Por outro lado, quando, no entanto, um dos pais se mostra portador de alguma cardiopatia congênita, a hipótese de seus filhos apresentarem alguma malformação cardíaca cresce mais ainda, sendo estimada em cerca de 5 a 10%, na dependência paterna e materna, respectivamente.
Incidência da cardiopatia em associação a síndromes genéticas
A incidência das cardiopatias congênitas cresce mais ainda, no quarto grupo de pacientes, representados pela associação com defeitos cromossômicos em síndromes conhecidas. Por exemplo, na síndrome de Down, a incidência da cardiopatia congênita sobe para cerca de 40 a 50% desses pacientes. Na síndrome de Williams, sobe para 80 % deles, na de Patau (trisomia 13) também para 80%, na de Noonan para 80%, na de Di George para 70%, na de Turner para 35% e na de Edwards (trisomia 18) para 100% e assim sucessivamente para tantas outras anormalidades genéticas.
Conclusão
Vale salientar, portanto, que a incidência da cardiopatia congênita em geral se mostra elevada mesmo na população geral sem fatores aparentes causais. Por isso deve hoje ela ser sempre bem monitorada na prevenção, a partir de boa conduta geral em hábitos mais saudáveis e, ainda, ser avaliada melhor em grupos de risco como acima citados.