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16/01/2023

R. RESPONDE - Nessa edição, Dr. Edmar explica quando é necessário realizar a troca da válvula do coração



Estou 
com 30 anos, fiz a troca de válvula 3 vezes, estou bem, mas precisarei ainda de mais cirurgias? 

Na prática clínico-cirúrgica da Cardiologia em geral, na qual as anomalias congênitas ou adquiridas do coração possam afetar as válvulas do coração, há sempre um questionamento da necessidade real da substituição valvar por alguma prótese, a fim de poder contornar o problema hemodinâmico provocado.

Tal preocupação torna-se pertinente, tendo em vista que as próteses têm vida própria limitada, quer por deterioração, quer mesmo por degeneração, dado o acúmulo de substâncias do próprio sangue que acabam provocando novamente a disfunção valvar.

Tais eventos sucedem mais frequentemente em válvulas biológicas, manufaturadas com tecidos orgânicos animais, de porco ou de boi, que favorecem consequentes disfunções. O período de deterioração da prótese valvar ocorre mais durante o período infantil e juvenil do que na vida adulta. Por isso, identificam-se muito mais substituições valvares nesses períodos etários que nos adultos.

Estima-se, aproximadamente, que a vida média dessas valvas seja de 5 a 10 anos. A causa principal da deterioração das próteses biológicas recai sobre a calcificação maior dessas estruturas, que sucede mais facilmente na criança em desenvolvimento.

Por outro lado, quando a substituição valvar se faz por próteses mecânicas de material sólido metálico, sua duração se torna maior, chegando a décadas, e nelas a preocupação recai sobre problemas relacionados ao depósito de hemátias (glóbulos vermelhos) que se acumulam e podem causar coágulos e tromboses, com todas as suas consequências de embolias a outros órgãos e de obstrução da própria valva. Por isso, o cuidado nessas estruturas recai sobre a devida anticoagulação, sistemática e cuidadosa, a fim de impedir essas adversidades.

Uma vez exposta a evolução geral dessas próteses, vale comentar que mais importante que a duração da válvula, seja mecânica ou biológica, é o seguimento clínico sistemático, pois ele é capital a fim de avaliar cuidadosamente pela preservação da função dos dois ventrículos do coração. Assim, com esse cuidado, a evolução clínica torna-se semelhante àquela da população geral, com a continuidade de uma vida saudável. 
Torna-se mais importante essa diretriz do que a preocupação em relação a quantas cirurgias deva o paciente ser submetido.

Portanto, primeiro evitar a anomalia cardíaca valvular. Em seguida, ter o portador de uma prótese valvar mecânica ou biológica os devidos cuidados durante o seguimento clínico, com a tomada da medicação apropriada e a preocupação permanente com a continuidade da boa função dos dois ventrículos cardíacos.

Prof. Dr. Edmar Atik

Médico do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês - Professor Livre-Docente de Cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

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